sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Coluna Música - por Caio Tito

Sempre fui defensor da música brasileira. Hoje estou aqui para defender o gênero que não é dos meus prediletos.

Não vou mentir. É bom sair pra fazenda no sábado cedo, ouvindo os poetas da terra lançando suas rimas e cantando a vida no Sertão. Região que aliás deu nome a esta música chamada sertaneja.

Pareço revoltado falando assim? Mas estou. O motivo de minha raiva é que existe um ruído circulando por aí a quem estão dando o nome de sertanejo. Sinceramente, é uma vergonha. É impossível enxergar um tocador de viola cantando suas mágoas e pedindo pra sua amada deletá-lo de seu Orkut ou parar de enviar e-mails Power Point.

Não vou me meter a falar mal destes pseudo sertanejos que cantam por aí as dores dos traídos. Mas acho que eles devem ao menos respeito ao estilo do qual derivaram. O Sertanejo é muito mais que uma música, é um estilo de vida. Já tínhamos mãos calejadas das enxadas, dedilhando as cordas de aço atreladas à madeira rústica, produzindo o som dos bailes e fins de tarde, bem antes dos contratos milionários.

Proponho aqui a criação do Metropolitano. Estilo de música sem criatividade, que na falta do que falar joga o refrão mais uma vez e seus artistas vestem calças dois números menores que o normal. Bom mesmo seria a “descriação”, mas já que não é possível, desliguemos esta aberração de uma cultura tão respeitável quanto a Sertaneja.

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