sábado, 12 de março de 2011

Coluna Língua Portuguesa - por Sinésio Dioliveira

Mordida na língua

Nossos muitos “porquês"

"Só queria saber porque ele me dá tanto trabalho e onde buscar recursos para melhorar nosso doloroso relacionamento."
                         (Frase extraída de jornal diário de Goiânia)

Temos de reconhecer que a nossa língua é muito redundante. São regras e mais regras. Isso, portanto, acaba ocasionando mordidas e mais mordidas na Língua Portuguesa.

Falando em mordidas na língua, a palavra negritada do texto acima está grafada incorretamente. Também pudera, temos quatro tipos de porquês: por que, por quê, porque e porquê. A mexida que a Língua Portuguesa sofreu na última reforma ortográfica bem que poderia ter eliminado dois porquês. Já que estamos recorrendo a tantos termos e palavras inglesas (muitas vezes de modo pateta), deveríamos fazer como os falantes de inglês, que têm apenas why e because, que correspondem respectivamente a por que e porque.

Porque é conjunção (explicativa ou causal). Na frase onde a respectiva conjunção foi empregada, não vamos encontrar nenhuma explicação ou causa. O que deveria constar nela é por que.

Nos momentos de dúvida entre porque e por que, basta nos lembrar das palavras motivo e razão, que podem ser usadas depois de por que. Podemos também  substituir o “que” por “qual”. Vejamos alguns exemplos:

Eu sei por que (por qual) porta ele entrou.

A mulher não sabe por que (motivo/razão) seu filho foi embora.

Até a próxima.

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